segunda-feira, 4 de abril de 2011

Vik Muniz

Vik Muniz, brasileiro de 47 anos, é um artista contemporâneo já bastante conhecido pelos críticos de arte e pelo público em geral. Sua carreira, que agora completa 20 anos, começou a subir em Nova Iorque, onde ainda vive, com participações em importantes publicações e museus, como o mundialmente conhecido Metropolitan Museum of Art.

Mas antes de relatar sobre as obras selecionadas para essa exposição específica, primeiro os aspecto gerais das imagens mais populares do artista: São em sua maioria figurativas, bem humoradas e lúdicas.

Construídas a partir de alguma espécie incomum de material, que pode ser homogênio como o açúcar ou heterogêneo como o lixo. Esse material então é composto por partículas que juntas formam o todo; seguindo o exemplo anterior seriam os grãos de açúcar ou os diferentes elementos que compõem o lixo. Suas obras então têm no mínimo essas duas dimensões, a do todo e a do particular. Isso causa uma dualidade nas suas obras, quando se olha de longe, percebe-se melhor o todo e quando de perto, o particular. Há portanto uma perda de referência quando se transita de uma dimensão para a outra, gerando uma mudança na sensação sobre a imagem.

A escolha do material algumas vezes tem relação direta com o conteúdo da imagem, outras vezes o observador pode encontrar uma multiplicidade de sentidos, o que é no fundo uma das intenções de Vik Muniz: a participação do público, entendedor de arte ou não. No caso dos retratos feitos com lixo de catadores de lixo a relação é direta. Porém no caso da Monalisa feita com pasta de amendoim pode haver mais de uma explicação, como o questionamento do consumo de uma imagem, ou um questionamento da própria arte, ou pode ser vista simplesmente como uma bricandeira divertida. De uma forma ou de outra, Vik Muniz revaloriza um material que é comum no dia-a-dia quando o coloca em uma obra de arte, quase como um ready-made. Também existe um fator da escala do material utilizado para se fazer uma imagem. Para um mesmo nível de detalhamento, diferentes materiais podem precisar de espaços físicos muito diferentes, nas obras expostas isso varia de um prato até a um grande galpão.

A fotografia surge então como um modo de levar as suas obras a outros lugares, tanto as que tomam o espaço de um galpão inteiro quanto as pequenas que com um balanço qualquer se desmanchariam. Além disso, Vik Muniz, auto-intitulado "fotógrafo por acidente", usa da fotografia para tratar da relação entre imagem, idéia e realidade, para tratar da transitoriedade das coisas, e para criar a pior ilusão possível, a fim de que a técnica seja facilmente perceptível.

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