terça-feira, 21 de setembro de 2010

Arte rupestre: passado e presente

Por que as pessoas grafitam? O que elas deixam registrado? Afinal, o grafite também é uma forma de expressão que representa a sociedade contemporânea. Infelizmente muitos confundem expressão com vandalismo e grafite com pichação. Os centros urbanos estão repletos de exemplos de intervenções feitas sem autorização em muros, placas e orelhões. Faça uma leitura de VEJA e perceba que a situação é ainda mais grave quando as assinaturas e marcas são feitas em patrimônios históricos e artísticos.
O termo arte rupestre vem do latim rupes ou rupis, que quer dizer rochedo ou seja, arte rupestre é aquela realizada em paredes. “Muros grafitados são arte rupestre?”. De certo modo, sim: é arte rupestre contemporânea.
O texto de VEJA trata de uma arte realizada por civilizações muito anteriores a nossa, que habitaram o planeta na pré-história, há milhares de anos. Nesse período, os homens não tinham preocupação em definir se o que faziam era arte ou não. Mas, de qualquer forma, as marcas deixadas por eles são o registro de uma tentativa de se expressar graficamente e deixar registrada sua maneira de pensar e de agir.
Há várias teorias desenvolvidas, sobretudo a partir do século XIX, relacionadas ao porquê de o homem pré-histórico deixar essas marcas. Entre elas, acredita-se que essas pinturas e gravuras feitas nos paredões de pedra pudessem ter um valor mágico. Teriam a função de representar previamente o sucesso que o grupo pretendia ter em uma caçada a ser realizada no dia seguinte, por exemplo. De qualquer forma, em diversos lugares do mundo podemos encontrar sinais da expressão humana, registrados por meio de pinturas e incisões como as descritas na reportagem.
Alguns dos registros mais antigos são os das impressões das próprias mãos do homem, espalmadas sobre a pedra. Especula-se que nossos antepassados tenham observado que suas mãos sujas de lama ou de sangue poderiam ter sua forma fixada sobre a superfície, deixando marcada a passagem por aquele lugar.
São diversos os temas encontrados nos sítios arqueológicos. Entre eles, figuras de animais, de pessoas, cenas do cotidiano – como a caça e a dança – e, em alguns casos, grafismos abstratos, formas que lembram espirais, treliças, polígonos – como triângulos e estrelas – e linhas onduladas.
Dia-a-dia real e abstrato: registros em Seridó, no Rio Grande do Norte, têm formas variadas.
Foto: Assoc. Bras. de Arte Rupestre/divulgação
Os materiais utilizados nessas pinturas eram as terras ricas em óxido de ferro para tonalidades avermelhadas, aquelas com dióxido de manganês para os marrons, o pó do carvão para os pretos e o caulim para o branco – todas poderiam ser aplicadas com bastões ou com as mãos, criando diferentes tipos de desenhos. Já as gravuras (incisões feitas nas pedras) eram produzidas, em geral, utilizando a ação de uma pedra sobre a outra para o picotamento e o polimento por fricção.

 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O homem e arte

Quando o homem no começo
Emergiu da escuridão
Viu bichos, águas e plantas
E as estrelas na amplidão
Ficou tão maravilhado
Que num momento inspirado
Pintou na gruta um bisão.
A arte só nasce assim
Se o homem se transfigura
Olha o mundo à sua volta
Seus aspectos captura
E nos devolve em beleza
O que viu na natureza
Conforme a sua leitura.

A arte é produto humano
É o real transfigurado
Não são as coisas reais
Mas o mundo transformado
Na arte nós renascemos
Nela nos reconhecemos
Partes de um mesmo legado.

Todas as obras de arte
Têm importância exemplar
Pois representam um produto
De cada tempo e lugar
Desde as obras consagradas
Até as que são criadas
Pelo artista popular.

Os artistas do desenho
Da pintura e da escultura
Lidam com volume e forma
Dando sentido à figura
A obra assim se completa
Plano, linha, curva e reta
Perspectiva e textura.

Cinema e fotografia
São artes como as demais
A grafitagem, os quadrinhos
E os processos virtuais
Feitos no computador
Possuem grande vigor
Nestes tempos atuais.

A música está nos sons
Que a natureza oferece
Trabalhados pelo artista
Que com eles sonha e tece
O samba, o rock e a sonata
A sinfonia e a cantata
Canções que ninguém esquece.

Na dança o corpo é quem reina
Seu principal instrumento
Projetando-se no espaço
Com leveza e sentimento
A dança é celebração
Do corpo a pura expressão
Desenhando o movimento.

O teatro é a maravilha
Que junta no mesmo dia
O texto, a luz, os atores
Cenário, som, melodia
Cria do nada uma história
Que fica em nossa memória
Que marca, instiga, extasia

A dois passos do paraiso: rindo com a leitura de imagens

Michelangelo, Adão e Eva - Capela Sistina
Um alemão, um francês, um inglês e um brasileiro apreciam um quadro de Adão e Eva no Paraíso. O alemão comenta:

- Olhem que perfeição de corpos: ela, esbelta e espigada; ele, com este corpo atlético, os músculos perfilados... Devem ser alemães.

Imediatamente, o francês contesta:

- Não acredito. É evidente o erotismo que se desprende de ambas as figuras... Ela, tão feminina... Ele, tão masculino... Sabem que em breve chegará a tentação... Devem ser franceses.

Movendo negativamente a cabeça, o inglês comenta:

- Que nada! Notem a serenidade dos seus rostos, a delicadeza da pose, a sobriedade do gesto. Só podem ser ingleses.

Depois de alguns segundos mais de contemplação silenciosa, o brasileiro declara:

- Não concordo. Olhem bem: não têm roupa, não têm sapatos, não têm casa, tão na merda... Só têm uma única maçã para comer. Mas não protestam, ainda estão pensando em sacanagem e, pior, acreditam que estão no Paraíso. Só podem ser brasileiros.

Fonte: http://pavablog.blogspot.com/

LEITURA DE IMAGENS

Quando se olha para uma obra de arte, vê-se um filme, lê-se um livro, observa-se uma pintura ou escultura,  cria-se na mente uma série de pensamentos  que podem ser diferentes a cada vez que se repete a mesma atividade de ver e observar a obra de Arte. Ao ato de observar e produzir pensamentos novos pode ser chamado de Leitura de Imagem. A Leitura de Imagem de uma obra de Arte  pode ser desenvolvida e incrementada permitindo que o observador consiga uma série de informações e significados enriquecendo seus conhecimentos.
Percebe-se também que cada pessoa, de acordo com seu repertório e seu modo de vida consegue ver o mesmo filme por exemplo, e interpretá-lo de forma totalmente diferente de uma outra pessoa. Além disso, essa mesma pessoa assistindo o mesmo filme no dia seguinte ou em outro momento, produz uma descrição com idéias bem diferentes das que produziu quando o viu pela primeira vez. 
 Afinal, o que é uma leitura de Imagem?  Superficialmente é a observação e análise visual, auditiva, táctil, sensorial e ou através de  outros sentidos de uma obra de arte com a posterior produção de uma análise descritiva.
Em síntese:
         Perceber a obra finalizada, como o resultado do trabalho produzido pelo artista.
         No momento seguinte iniciar uma investigação sobre os meios utilizados pelo artista para produzí-la,
         por último buscar saber a vida do artista, seu contexto social e sua realidade.