segunda-feira, 25 de abril de 2011

ARTE PALEOCRISTÃ - Os símbolos e afrescos são como um Evangelho em miniatura, um sumário da fé cristã.


Imaginem,inicio da Era cristã,perseguidos,cristãos muitas vezes cultuavam seu Deus dentro de catacumbas.Pintavam afrescos com passagens do antigo testamentos,feito por pessoas de poucas posses,há um uso limitado de pigmentos,que na antiguidade também era moeda de compra.Escondidos na malha de centenas de quilômetros das galerias subterrâneas de Roma,esses artistas anônimos nos deixaram verdadeiros tesouros da história da arte ocidental.
Primeiros 200 anos depois de Cristo,arte com raízes profundas na arte romana pagã "escondida" seus conteúdos e significados,e elementos da arte judaica e suas limitações no que diz respeito a imagens.Na cultura Judaica,há a restrição ao se fazer imagens e esculturas nos templos pela proibição a idolatria e isso limitou a arte dos primeiros anos do cristianismo.
O período embrionário do Cristianismo é composto por maioria de fieis de classes sociais menos favorecidas,perseguidos pelo império e tendo que se esconder em catacumbas para seus cultos e cerimônias pois não era uma religião legal.Isso impediu que recebessem algum investimento para pigmentos,e até mesmos de apoio de artistas mais experientes para a confecção das primeiras imagens com temas cristãos.


Somente no Séc. III (2001 a 300 D.C) é que pode-se notar uma solidificação e afirmação das características próprias e estilo da arte paleocristã que possuem esse nome,por ser a arte mais primitiva cujo tema é o cristianismo e seus símbolos.Pintura em murais nas catacumbas romanas eram a única opção para expressão artística possível aos Cristão nesse período de ilegalidade.


A arte romana com influência clássica na Grécia tinha o belo como busca de ideal.Era prazer pelo belo.Essa busca pelo prazer já não fazia parte do ideal da arte primitiva cristã.O simples foi a maior tônica.As primeiras pinturas tinham possivelmente como principal objetivo,o valor didático.Passagens do antigo testamento eram representados de forma sintética e rápida em murais feitos nas paredes das catacumbas com afrescos (reboco feito com areia ,estoque e cal onde deveria ser pitada ainda molhado),para que os fieis, boa parte de pessoas não letradas e pobres compreendessem os simbolismos e temas importantes para a religião recém abraçada.

Os antigos cristãos não usavam o termo "catacumba". A palavra é de origem grega e significa "cavidade, um vale aberto". As catacumba de Santa Priscila e São Calisto são as mais conhecidas .São Calisto é provavelmente a mais visitada dentre tantas outras que estão abertas a visitação .Localizada na região central de Roma,Itália,composto de cinco andares e mais de 20 km de corredores que levam a inúmeros túmulos.Acredita-se de vinte mil pessoas foram enterradas nesse local entre elas pessoas contemporâneas a Jesus Cristo.Hoje em dia carros não transitam na superfície desse local por conta do perigo de desmoronamento desse patrimônio arquitetônico histórico/artístico.Em Roma existem mais de sessenta catacumbas, com centenas de quilômetros de galerias e dezenas de milhares de sepulturas. Catacumbas que se encontram também em Chiusi, Bolsena, Nápoles, na Sicília oriental e no Norte da África

A principio as catacumbas eram usadas para sepultamento de mortos, nessa época existiam cemitérios abertos, mas, os cristãos rejeitavam o velho costume pagão de cremar seus mortos ,então a exemplo do modo em que Cristo foi sepultado, no processo de inumação (o mesmo que enterrar), também assim o faziam com seus mortos,eram enrolados num sundário e depositados em nichos retangulares escavadosnichos retangulares, chamados lóculos, de várias dimensões, que podiam conter um único cadáver, mas era frequente o caso que contivessem os corpos de duas e às vezes mais pessoas.Depois eram fechados com placa de mármorena maioria dos casos, com telhas fixadas por argamassa. Sobre a placa escrevia-se às vezes o nome do morto, com símbolos cristãos ou os votos de paz no céu. Com freqüência eram colocadas junto aos sepulcros lamparinas a óleo ou pequenos vasos com perfume .Um outro motivo que levaram os cristão a depositarem seus mortes em catacumbas,era o desejo de estar junto também no sono da morte para aguardar a ressurreição na manha da vinda de Cristo.Eventualmente no período da perseguição os cristãos usaram as catacumbas como esconderijo para cultos,mas ao contrário do que as lendas contam,não as usaram como moradia e abrigo.Era ali que os cristãos reuniam-se para celebrar os ritos fúnebres, os aniversários dos mártires e dos defuntos.


O sarcófago é um caixão de pedra ou mármore, ornado normalmente com esculturas em relevo ou com inscrições.
Giovanni Battista de Rossi (1822-1894), considerado o fundador e pai da Arqueologia Cristã, realizou exploraçao sistemática das catacumbas, principalmente das de São Calisto.




OS SIMBOLOS

Nos primórdios da Era cristã sues fies não podiam professar sua fé declaradamente ,portanto passaram a fazer uso de simbolos para se comunicar e propagar a mensagem.Pintavam nas paredes e tampos dos túmulos. Os principais símbolos são o Bom Pastor, o "orante", o monograma de Cristo e o peixe.









O Bom Pastor com a ovelha nos ombros representa Cristo Salvador e a alma salva por Ele. Esse símbolo está freqüentemente presente nos afrescos, nos relevos dos sarcófagos, nas estátuas, e muitas vezes encontra-se gravado também nas sepulturas.




O orante: essa figura representada com os braços abertos simboliza a alma que já vive na paz divina
O monograma de Cristo é formado por duas letras do alfabeto grego, o X (qui) e o P (rô), entrelaçados. Elas são as duas primeiras letras da palavra grega "Christòs", isto é, Cristo. O monograma, colocado numa sepultura, indicava que o defunto era cristão.

O O SARCÓFAGO DO MENINO-assim chamado pelas suas dimensões reduzidas e que conserva a parte frontal ricamente esculpida.
Esse sarcófago pode ser considerado como um pequeno catecismo ilustrado. Eis as cenas: Noé com a pomba na arca, um profeta que segura o rolo da lei divina, Daniel na fossa dos leões, o menino orante entre dois santos, o milagre da Caná e a ressurreição de Lázaro. Ajoelhada aos pés de Jesus, a irmã de Lázaro, Maria. Ao centro da cobertura dois pequenos gênios seguram uma pequena placa; nas extremidades estão duas cabeças, esculpidas com finalidade ornamental.
As cenas representadas no sarcófago deixam transparecer um profundo simbolismo e a sucessão das cenas não é casual. O cristão nasce à vida divina mediante o Batismo (Noé); nutre a vida divina com o pão (Abacuc) e o vinho (Caná) consagrados na Missa, ou seja, com a Comunhão; a Eucaristia oferece-lhe como penhor a ressurreição final (Lázaro). O cristão (o menino), assim, viverá no paraíso (orante). Encontramos aqui o eco das palavras de Jesus: "Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6,54).
Com o Édito de Milão de 313, Constantino, convertido ao cristianismo, reconhece a liberdade de culto à nova religião que acaba por se transformar, após finais do século IV, na religião oficial do império. Com esta oficialização dá-se um impulso na produção artística e são edificados os primeiros lugares de culto próprio.




O peixe. Em grego diz-se IXOYC (iquitìs). As letras dessa palavra dispostas verticalmente formam um acróstico: Iesùs Christòs Theòu Uiòs Soteèr = Jesus Cristo Filho de Deus Salvador. Acróstico é uma palavra grega que significa a primeira letra de cada linha ou parágrafo. É um símbolo difuso de Cristo, emblema e compêndio da fé cristã.
A pomba, com o ramo de oliveira no bico simboliza a alma na paz divina.
O Alfa e o Ômega são a primeira e a última letras do alfabeto grego. Significam que Cristo é o início e o fim de todas as coisas.
A âncora é o símbolo da salvação, símbolo da alma que felizmente chegou ao porto da eternidade.
A fênix, pássaro mítico da Arábia, que segundo a crença dos antigos ressurge de suas cinzas depois de um determinado número de séculos, é o símbolo da ressurreição.



As sepulturas dos mártires, os cubículos e também os arcossólios às vezes podiam ser decorados com pinturas feitas com a técnica do afresco. Os afrescos representam cenas bíblicas do Antigo e do Novo Testamento, algumas com estrito significado simbólico.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Vik Muniz - imagens para referência

Para Vik muniz, uma obra precisa alcançar mais do que se convencionou e atingir cada vez mais um público maior, pessoas que normalmente não frequenta galerias de artes se empolgam com a arte de Vik. Isso gratifica o artista que se preocupa com as pessoas excluídas socialmente.

Autorretrato de Vik Muniz, criado com comida e lixo


Vik Muniz recebe muitas encomendas de trabalhos fotográficos, já realizou trabalhos importantes como o retrato de Vladmir Putin, feito com caviar, uma encomenda da revista americana Esquire; fez também capa e ilustrações para o jornal dominical do The New York Times, entre muitos outros trabalhos.
As fotografias de Vik Muniz fazem parte de acervos particulares em vários lugares no mundo: Madri, Paris, Tóquio, Victoria & Albert Museum (Londres), Getty Institute, Moscou.
No dia 27 de Abril, após encerrar uma exposição no MAM do Rio de Janeiro, Vik Muniz vai inaugurar uma nova mostra no Museu de Arte de São Paulo (MASP), uma retrospectiva de 20 anos de carreira. A cidade natal de Vik Muniz com certeza sentirá orgulho de seu filho ilustre. Conheça um pouco mais da obra desse talento brasileiro.

As obras de Vik Muniz, Retrato de Lewis Carroll, 2004



Atlas, Giovanni Francesco Barbieri (Il Guercino)



Feita com chocolate, Hans Namuth, 1997



The Bearer Irma, 2008



Obra, Sugar Children, feita com Açúcar, Series Valentina, The Fastest



Che Guevara



Ícaro














segunda-feira, 4 de abril de 2011

Vik Muniz

Vik Muniz, brasileiro de 47 anos, é um artista contemporâneo já bastante conhecido pelos críticos de arte e pelo público em geral. Sua carreira, que agora completa 20 anos, começou a subir em Nova Iorque, onde ainda vive, com participações em importantes publicações e museus, como o mundialmente conhecido Metropolitan Museum of Art.

Mas antes de relatar sobre as obras selecionadas para essa exposição específica, primeiro os aspecto gerais das imagens mais populares do artista: São em sua maioria figurativas, bem humoradas e lúdicas.

Construídas a partir de alguma espécie incomum de material, que pode ser homogênio como o açúcar ou heterogêneo como o lixo. Esse material então é composto por partículas que juntas formam o todo; seguindo o exemplo anterior seriam os grãos de açúcar ou os diferentes elementos que compõem o lixo. Suas obras então têm no mínimo essas duas dimensões, a do todo e a do particular. Isso causa uma dualidade nas suas obras, quando se olha de longe, percebe-se melhor o todo e quando de perto, o particular. Há portanto uma perda de referência quando se transita de uma dimensão para a outra, gerando uma mudança na sensação sobre a imagem.

A escolha do material algumas vezes tem relação direta com o conteúdo da imagem, outras vezes o observador pode encontrar uma multiplicidade de sentidos, o que é no fundo uma das intenções de Vik Muniz: a participação do público, entendedor de arte ou não. No caso dos retratos feitos com lixo de catadores de lixo a relação é direta. Porém no caso da Monalisa feita com pasta de amendoim pode haver mais de uma explicação, como o questionamento do consumo de uma imagem, ou um questionamento da própria arte, ou pode ser vista simplesmente como uma bricandeira divertida. De uma forma ou de outra, Vik Muniz revaloriza um material que é comum no dia-a-dia quando o coloca em uma obra de arte, quase como um ready-made. Também existe um fator da escala do material utilizado para se fazer uma imagem. Para um mesmo nível de detalhamento, diferentes materiais podem precisar de espaços físicos muito diferentes, nas obras expostas isso varia de um prato até a um grande galpão.

A fotografia surge então como um modo de levar as suas obras a outros lugares, tanto as que tomam o espaço de um galpão inteiro quanto as pequenas que com um balanço qualquer se desmanchariam. Além disso, Vik Muniz, auto-intitulado "fotógrafo por acidente", usa da fotografia para tratar da relação entre imagem, idéia e realidade, para tratar da transitoriedade das coisas, e para criar a pior ilusão possível, a fim de que a técnica seja facilmente perceptível.

Exposição Vik Muniz